Tenda_ Ante.: Lá se lá

terça-feira, 15 de março de 2011

Lá se lá



Já fiz demais e estou pouco acometido
Lá fora um latido
O branido da voz
E as asas do bicho a voar;
Já sem rima,
Já sem primas,
Sem bordões.
Já sem nota
Já sem par.
E
Eu aqui, só eu.
O cabelo doia ao passar os dedos, porque a raiz estava amassada de tanto ficar na sombra, apertada contra o pano do boné,
Sem ver o vento que há lá fora,
Escutando por dentro que o sol bate e toca, e que é fácil sentir que não há só lembranças,
Ou só lembranças solitárias.

Sem olhar os olhos, sem olhar para o chão,
Os olhos que olham o teto começam a ouvir o torpor que há no reclamar da pomba,
No seu mastigar.
Mas ela se cala ao som do parto batido,
Um mergulho no pecado.
Saudade do som da chuva.
Que cheiro que irá rolar,
Que cheiro?
Hoje; - Primeiro cantarolar!
Que cheiro que há no ar!
Criança que vai rolar, mão!
Ordens para o cachorro calar, não!
Que cheiro!
É o assunto que assusta, que vem voando.
Em um canto que susta, nas horas que nem imaginamos, ou poderiamos imaginar.
Um som!
E passou.
Um canto livre ou engaiolado...
Perdão Deus.
Perdão...
Como se viver aqui fosse lá.
Mas agora já cortei os cabelos.
Perdão.
Como se conviver assim, for selar.
Seu lar.